
Ensinar a pensar criticamente na disciplina de Filosofia num mundo digital turma 1
Apresentação
Tendo em conta que o currículo deve ser gerido à luz do Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória, a disciplina de Filosofia pode ter um papel central nas aprendizagens dos alunos dos cursos científico-humanísticos. Por um lado, as competências didático-metodológicas definidas nas Aprendizagens Essenciais (problematizar, conceptualizar e argumentar) permitem o cruzamento intencional e explícito com capacidades e disposições de pensamento crítico (PC). Dado o caráter aplicável dos conceitos e teorias da Filosofia ao conhecimento produzido em outras disciplinas e a uma reflexão sobre o quotidiano, o desenvolvimento de capacidades e disposições de PC pode ser consolidados no cruzamento entre saberes, facilitando a sua transferência para outras situações da vida e da aprendizagem do aluno. Por outro lado, a filosofia pode dar aos alunos instrumentos conceituais que lhes permitam, não apenas aprender com recursos a tecnologias digitais, agora potencializadas com Inteligência Artificial (IA), mas pensar sobre a sua aprendizagem e a utilização desses recursos e, por extensão, a utilização de recursos digitais no mundo e o seu impacto social, político e ético.
Destinatários
Professores do Grupo 410
Releva
Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 8.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do Grupo 410. Mais se certifica que, para os efeitos previstos no artigo 9.º, do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores (dimensão científica e pedagógica), a presente ação releva para efeitos de progressão em carreira de Professores do Grupo 410.
Objetivos
1. Refletir, a partir da análise das Aprendizagens Essenciais de Filosofia do 10.º 11.º anos e do seu cruzamento com o Perfil dos alunos, sobre as capacidades e atitudes integrantes das competências de problematização, concetualização e de argumentação e o seu cruzamento com capacidades e disposições de PC. 2. Discutir sobre a possibilidade de hibridização do ensino e aprendizagem da Filosofia através da utilização de recursos digitais, nomeadamente os potenciados com Inteligência Artificial (IA). 3. Conceber, a partir do conhecimento específico da filosofia e com base em metodologias ativas (aprendizagem com base em problemas, controvérsia construtiva, organizadores gráficos, simulação, KWL ) e recursos digitais, sequências de ensino e aprendizagem para o desenvolvimento das capacidades e atitudes integrantes das competências de problematização, concetualização e de argumentação, com integração de capacidades e disposições de PC
Conteúdos
A) Enquadramento (4h síncronas) 1. O que significa, na Didática da Filosofia, problematizar, concetualizar e argumentar? 2. Como integrar, a partir do Perfil dos alunos, capacidades e disposições de pensamento crítico? 3. O que significa a hibridização do ensino e aprendizagem da Filosofia num contexto de entrada da IA na educação? B) Experimentação (4h + 4h + 4h síncronas) Atividades de problematização suportadas em recursos digitais. Da questão ao problema. Do conceito ao problema. Da realidade empírica ao questionamento filosófico. Elaboração de sequências de ensino e aprendizagem para atividades de problematização com integração de PC. Atividades de conceptualização, com organizadores gráficos suportados em recursos digitais. Definição de conceitos, mapas concetuais e mapas mentais. Elaboração de sequências de ensino e aprendizagem para atividades de concetualização com integração de capacidades de PC. Atividades de argumentação suportadas em recursos digitais Técnicas e modelos de argumentação. Mapas de argumentos Elaboração de sequências de ensino e aprendizagem para atividades de argumentação com integração de capacidades de PC. C) Criação (3 horas síncronas + 13 horas assíncronas) Elaboração de sequências de ensino e aprendizagem com integração de competências filosóficas e PC, assentes em metodologias ativas e recursos digitais e que permitam a reflexão sobre o uso educativo, social e político desses recursos. D) Discussão (3h síncronas) Apresentação e discussão des sequências de ensino e aprendizagem elaboradas pelos formandos.
Metodologias
Sessões online síncronas (4h+4h+4h+4h+3h+3h) As sessões terão um carácter teórico, teórico-prático e prático-reflexivo. Com base no princípio do isomorfismo, o roteiro de cada sessão será planificado de acordo com os mesmos princípios que os das planificações de ensino e aprendizagem que serão elaboradas pelos formandos em trabalho autónomo. Assim, os formandos serão colocados em ação, tal como irão colocar os alunos, tendo em conta as orientações da aprendizagem em contexto e do aprender, fazendo. Os formandos terão ainda uma sessão para ser realizado o acompanhamento síncrono das planificações, antes da sua apresentação e discussão. Mantendo-se o isomorfismo referido, aos formandos será dada feedback, dos formadores e dos pares, que permita a reformulação das planificações, até à sua versão final, a qual será avaliada qualitativa e quantitativamente. Trabalho autónomo/assíncrono (13h) Nas sessões assíncronas, os formandos elaboram uma planificação que integre todos os elementos da formação. Elaborarão, também, um portfólio individual de aprendizagem no qual colocarão uma reflexão individual.
Avaliação
Conforme indicado abaixo, a avaliação comportará três critérios: a) pontualidade e participação nas sessões; trabalho desenvolvido nas sessões; b) trabalhos práticos realizados nas sessões síncronas e assíncronas; c) elaboração de um portfólio individual. Pontualidade e participação nas sessões - 10% Trabalho desenvolvido nas sessões 60% Portfólio de aprendizagem 30% Obrigatoriedade de frequência de 2/3 das horas síncronas. Obtenção de classificação mínima de Bom, de acordo com a escala de 1 a 10, conforme indicado na Carta Circular CCPFC 3/2007 Setembro 2007, com a menção qualitativa de: - 1 a 4,9 valores Insuficiente; - 5 a 6,4 valores Regular; - 6,5 a 7,9 valores Bom; - 8 a 8,9 valores Muito Bom; - 9 a 10 valores - Excelente.
Bibliografia
Bernardo, I., Vieira, R. M., & Sá, A. F. (2021). Avaliação para as aprendizagens com tecnologias digitais na aula de Filosofia com integração do pensamento crítico. In. A. Versuti, G. Scareli, G., & L. Pedro (Orgs.). A educação pós-pandemia: Desafios pedagógicos e tecnológicos, pp. 125-154. Ria Editorial.Bernardo, I. (2024). Aprender a filosofar no ensino secundário: Orientações curriculares e didáticas para integração do pensamento crítico. Universidade de Aveiro. https://ria.ua.pt/handle/10773/41550Fernandes, D. (2019b). Para um enquadramento teórico da avaliação formativa e da avaliação sumativa das aprendizagens escolares. In M.I. R. Ortigão, D. Fernandes, T. V. Pereira, & L. Santos (Orgs.). Avaliar para aprender em Portugal e no Brasil: Perspectivas teóricas, práticas e de desenvolvimento (pp.139-164). CRVMorais, T., Dominguez, C., Lopes, J. P., & Silva, M. H. (2015). O ensino de competências argumentativas em filosofia através do método de controvérsia construtiva. In C. Dominguez (Coord.). Pensamento crítico na educação: desafios atuais: Critical thinking in education: actual challenges, pp. 279-286. Vila Real: UTAD. https://tinyurl.com/y969cwuu
Observações
Esta Ação de formação pressupõe pagamento, após confirmação da APFilosofia - mais informação em apfilosofia.org
Formador
Isabel Maria Rodrigues Bernardo
Mário Sérgio Azenha Lagoa
Teresa Maria Morais
Cronograma
Sessão | Data | Horário | Duração | Tipo de sessão |
1 | 07-03-2026 (Sábado) | 09:00 - 13:00 | 4:00 | Online síncrona |
2 | 14-03-2026 (Sábado) | 09:00 - 13:00 | 4:00 | Online síncrona |
3 | 21-03-2026 (Sábado) | 09:00 - 13:00 | 4:00 | Online síncrona |
4 | 18-04-2026 (Sábado) | 09:00 - 13:00 | 4:00 | Online síncrona |
5 | 02-05-2026 (Sábado) | 09:30 - 12:30 | 3:00 | Online síncrona |
6 | 09-05-2026 (Sábado) | 09:30 - 12:30 | 3:00 | Online síncrona |